quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tudo Isto e Muito Menos

sexta-feira, 30 de Abril de 2010
Pequenos Passos - Parte I

Acho que estamos a chegar ao fim. Os sintomas sucedem-se um após o outro. Ou é o escândalo da corrupção na política, a enésima falha da justiça, o empresário que distribui luvas pelos "amigos" influentes, as violações e reduções constantes dos direitos dos trabalhadores.. enfim. Os exemplos são muitos. Ou, para mim, os suficientes.

George Carlin disse em tempos que a humanidade está a rodar à volta do ralo. Somos a água a descer em espiral à volta do ralo da bacia e a espiral está a tornar-se cada vez mais curta nas suas revoltas, rápida na frequência e íngreme na queda. Como espiral que é.

Quando questionado sobre quais as alternativas que via para o Homem, já que no modelo actual o desemprego, a escassez de alimento e água serão realidades às quais, a médio prazo, nos teremos que habituar, o jornalista Daniel Estulin diz algo que me dá algum alento. Daniel Estulin tem-se debruçado de há uns bons dez anos a esta parte sobre o Grupo Bilderberg. Tem pelo menos um livro escrito mas eu só conheço o seu trabalho pelos artigos e entrevistas que vi na net. Para ele, o Homem conseguirá ter sucesso se recorrer à auto-suficiência organizando-se em pequenas comunidades. Eu também sou da mesma opinião e ao que parece há mais gente a pensar assim.

Tropecei há dias num site curioso, o RadicalRelocalization.com. E deste site fui para um outro, o TransitionTowns.com. Nestes sites vi que as pessoas se estão a organizar e isso parece-me bom. Já sabia que algumas cidades americanas tinham criado moedas locais para dinamizarem a economia local, mas não sabia que este "movimento" estava tão difundido. Confesso que fiquei contente. Só me chateou o facto de nos sites pedirem dinheiro pelos livros e afins. De qualquer forma a ideia de que há grupos de pessoas que querem e promovem a subsistência em comunidade baseada nos recursos naturais e humanos dessa comunidade parece-me bastante animadora. Já agora, era injusto falar nestes projectos e não mencionar os 30 años de história anarca de Marinaleda.

Neste momento acho que temos duas opções:

- resignar-mo-nos, sermos subjugados e fingir que o progresso é assim mesmo (desde que a próxima televisão no mercado seja FULL HD 3D & BIMBY Compatible);

- ou tornar-mo-nos activos em comunidade. Como? Talvez estudando outros exemplos de comunidades e tentar aplicá-los à realidade local... por exemplo.

A opção de nos mantermos como ferramentas produtivas neste sistema que já mostrou estar falido é o mesmo que aceitarmos perpetuar a nossa actual condição de escravos. A qualidade de vida que conhecemos hoje é superior àquela que vamos ter amanhã que, por sua vez, será superior à do dia seguinte. E assim por diante. Só não vê isto quem não quer (ou quem está à espera da próxima televisão no mercado).

Optar pelo activismo local para desenvolver uma forma de subsistência devidamente sustendada pelos recursos disponíveis é a maneira que temos de garantir que a falência do sistema não se reflecte directamente nas condições e qualidade de vida de uma comunidade. E é também a maneira de abandonarmos a condição de escravos. Além disso, tem o lado bastante importante de ser uma forma de resistência passiva contra o actual sistema. É como dizer: "Já não gostamos desse jogo, nem tão pouco concordamos com as regras, portanto, NÓS não jogamos". Mas isto tem que ser dito no plural. No singular é impossível... ou efémero.

O meu pessimismo diz-me que já não há saída. As vozes necessárias para dizer "NÃO JOGAMOS!" estão demasiado dispersas, diluídas num mar imenso de cegos que não querem ver e que vão continuar a alimentar a máquina, iludidos com a ideia da liberdade que na verdade não têm. Convencidos que a liberdade está numa bandeira.

Tudo está bem enquanto se pagar a prestação da casa e do carro... o resto não é connosco... transcende-nos. O resto é para eles, os políticos, os economistas, os gestores e administradores decidirem, eles que são os estandartes da bandeira. É com este pensamento que temos sido impregnados: somos naturalmente incapazes e devemos delegar em terceiros a responsabilidade de nos organizarmos. E é este pensamento castrador que nos impede de progredir.

http://tudoistoemuitomenos.blogspot.com/

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Mudar de políticas? Depende de nós! - Rede de auto-ajuda política

A NOVA ESQUERDA - Movimento para uma Nova Sociedade quer corresponder às necessidades políticas do país e, ao mesmo tempo, ultrapassar as necessidades políticas do país. Isso não se fará de imediato nem através de um golpe de génio. Far-se-á pelo respeito que possamos promover por nós próprios e por aqueles que se disponham a trabalhar connosco.

Não vamos alimentar discussões estéreis e rivalidades pessoais. Vamos, isso sim, recrutar grupos de pessoas que se interessam pela política para que, juntas, possam desenvolver um espaço de criação e afirmação de ideais e de actividades políticas a propor ao país.

A organização descentralizada faz-se por núcleos NE-MNS, que têm um nome - por exemplo, “prisões sem guardas” (que é uma coisa que já existe noutros países) – um responsável para contactos de outros núcleos, da Comissão Directiva ou de outras entidades, e preferencialmente um blog ou outro modo de se dar ao diálogo e a conhecer a quem esteja interessado no assunto.

A NE-MNS dispõe deste blog para servir de plataforma de inter-conhecimento sobre os núcleos, onde estarão listados os núcleos existentes, com os nomes dos respectivos responsáveis (e contactos; caso o desejem) e uma ligação ao espaço próprio onde divulgam as suas discussões e actividades.

Para este blog devem os núcleos canalizar as suas propostas de acção (abaixo-assinado, refeição convívio, manifestação, tomada de posição, etc.) ou as suas actividades de debate. Da solidariedade dos núcleos uns com os outros dependerá o potencial de sucesso das iniciativas de todos e de cada um.

Mas o blog é, de igual modo, espaço para a livre expressão de opiniões e perspectivas pessoais, de contributos necessários à construção e afirmação de uma NOVA ESQUERDA e de novas práticas políticas.

Vamos dar expressão aos nossos desejos, porque ninguém o fará por nós!

Para nos contactar ou enviar sugestões utilize o e-mail bloguenovaesquerda@gmail.com

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