NOVA ESQUERDA
Apelamos aos simpatizantes e aderentes da NE para que participem na Manifestação Nacional da CGTP-IN de 29 de Maio, Sábado, às 15 horas.
Vamos estar, a partir das 14.30 horas, junto do Instituto Camões (Marquês de Pombal, quem sobe a Avenida, do lado direito).
Todos sabemos que Portugal está à deriva, que está sem rumo, que está à beira da bancarrota. Entendamo-nos, não apenas bancarrota financeira, mas principalmente bancarrota social e política.
Bancarrota social como comprova a perspectiva de que, em vez de diminuírem, a pobreza e as desigualdades sociais, se vão agravar dramaticamente com o novo ciclo de austeridade imposto por José Sócrates às ordens de Bruxelas.
Bancarrota política: o sistema político e os partidos de poder estão totalmente desacreditados e divorciados da sociedade e das pessoas. Partidos esses que provocam intencionalmente a desesperança, o sentimento de que não há alternativa capaz de mobilizar a sociedade para um novo ciclo político de progresso e de justiça social fora da “alternância” sistémica.
Portugal é hoje um país refém das agências de rating e da especulação financeira internacional. Portugal está às ordens do directório de países que mandam na União Europeia, com a Alemanha à cabeça.
Como é que se chegou a uma tal situação? Quem são os responsáveis?
Anos e anos de mau governo, de corrupção e mais corrupção, de promessas não cumpridas.
Anos e anos de políticas neo-liberais em guerra contra as trabalhadoras e os trabalhadores. Políticas neo-liberais que instituíram a mistificação da inevitabilidade do desemprego e da precariedade, que impuseram o medo e a pobreza, e que, desse modo, vitimaram milhões de mulheres, de homens e de famílias, com baixos salários ou com pensões de reforma miseráveis, ou no desemprego.
Anos e anos de falsa alternância no poder, porque o poder de governar foi capturado pelos partidos gémeos de direita PS/PSD, com os seus governos e os seus políticos desonestos, medíocres e incompetentes, apenas preocupados em corresponder aos interesses das grandes oligarquias dominantes. Governos e políticos que têm fomentado e protegido a corrupção.
As relações laborais, o mercado do trabalho e do emprego passaram a reger-se pela lei da precariedade e os jovens, tal como aconteceu na fase final do Estado Novo, porque não têm hoje futuro dentro das fronteiras acanhadas, medíocres e madrastas de Portugal, são empurrados para a emigração.
Quais são as perspectivas de solução para tudo isto? Quando é que acabam os sacrifícios impostos aos trabalhadores? Quando é que acaba a austeridade? Podemos confiar nas promessas do governo Sócrates?
A resposta óbvia é que não existem soluções enquanto se mantiver um tal governo, e é de lamentar que o Presidente da República não consiga alcançar as consequências da terrível incapacidade de José Sócrates e dos seus ministros para superar a situação em que se encontra o País. Por muito menos, Jorge Sampaio demitiu Santana Lopes.
Porque o descrédito deste governo – com o seu parceiro de tango – chegou ao seu limite. Porque é um governo fantoche capaz apenas de criar mais desgraças. Porque é um governo de fachada telecomandado do exterior, anti-social e incapaz de mobilizar o ânimo e a criatividade de todos quantos querem trabalhar, produzir riqueza e ser solidários. Por tudo isto, a única alternativa viável é pôr os cidadãos ao serviço da política.
É essa a única alternativa: a política aos cidadãos! A manifestação de 29 de Maio é um bom começo de mobilização cidadã para forçar a demissão do governo Sócrates – e também um bom começo para se encontrarem novas alternativas políticas, que não passam pelos governos do PSD com a muleta do CDS!
A Nova Esquerda defende que a alternativa para Portugal é uma nova sociedade. Uma sociedade justa, solidária e ecológica.
Uma sociedade que substitua o modelo económico capitalista, que assenta na exploração desenfreada – sem quaisquer limites éticos ou considerações sociais e ecológicas, dos recursos naturais e da força de trabalho –, por um novo modelo de economia social de mercado.
Economia social que garanta o pleno emprego e a preservação dos recursos naturais e patrimoniais, que institua a partilha e a diminuição de tempo do trabalho, que reduza drasticamente as brutais diferenças salariais e desigualdades sociais.
Uma economia que promova e apoie – com especial responsabilidade da Caixa Geral de Depósitos – o terceiro sector de empresas em autogestão sem fins lucrativos, quer sejam iniciativas de criação de auto-emprego ou empresas que sucedam a privadas em processo de falência, cooperativas de produção, cooperativas de distribuição associadas a produtores e a cooperativas de consumo, cooperativas de ensino, culturais e artísticas, associações sociais.
Na medida em que a propriedade privada não é um direito divino, mas apenas um usufruto social concedido aos detentores de meios de produção, também o sector privado deve reger-se por finalidades solidárias e a actividade empresarial deve ser devidamente recompensada, em função dos seus contributos e boas práticas sociais.
A Nova Esquerda defende uma nova sociedade submetida aos valores supremos da justiça e da liberdade, que saiba valorizar os méritos de todos quantos contribuem para o progresso social. Uma sociedade que invista no conhecimento e na ciência.
Uma nova sociedade igualitária e sem discriminações, que assegure a igualdade de oportunidades e a igualdade perante a lei e a justiça.
Uma sociedade que garanta o direito ao trabalho, mas também o direito ao lazer, à formação, à educação, à cultura, à felicidade e à realização pessoais ao longo do ciclo de vida, em todas as idades.
Uma sociedade que não tolere o stress, o assédio, a discriminação e os abusos de poder no trabalho e, de um modo geral, se bata pela realização dos Direitos Humanos.
São alternativas com futuro, são soluções defendidas pela Nova Esquerda – Movimento para uma Nova Sociedade.
São alternativas de progresso, cuja concretização depende do empenhamento de mulheres e homens de todas as idades na dignificação e na valorização da democracia participativa e cidadã.
POR UMA SOCIEDADE JUSTA, SOLIDÁRIA E ECOLÓGICA!
POR UMA ECONOMIA SOCIAL DE MERCADO!
Lisboa, 25 de Maio de 2010
A Comissão Directiva
1 comentário:
Gosto de dar o meu palpite onde ainda é permitido fazê-lo, mas penso que não iremos a lado nenhum enquanto os nossos governantes não comecem a contar as cabeças que irão para a rua dizer que algo tem que ser feito, eles pensam que o povo português não tem sangue nas veias e que teme ser visto contestando.
Em 2008, contra todas evidências, comunicavam que éramos os maiores da UE, por cá a crise não chegaria, até baixaram o IVA, depois deram o dito por não dito e a crise chegou ao país.
Em 2009 foi a tourada que se viu, somos um país de aficionados, os senhores mantiveram-se na sua e no governo, desmentem as evidências .
No ano passado desloquei-me deliberadamente a uma manifestação nacional convocada contra as políticas do governo, quando cheguei ao M. Pombal senti-me defraudada, não era bem aquilo que eu estava à espera, aquilo era uma manifestação partidária e talvez por isso a participação popular muito reduzida.Bem e eu também não sinto sinpatia pelos P.P., devo ser anarca, pois considero-os coniventes com o estado em que o país se encontra.
Mas este ano lá estarei de novo e em todas as manifestações de rua para mostrar o meu descontentamento.
Penso que ainda será possível alterar-se pacificamente, só pelo número de cabeças a reagir a políticas que só nos arrastarão de barranco em barranco e não sei qual deles será o maior.
Abços.
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