I
JUSTIFICAÇÃO
A crise em que o país se encontra mergulhado tem diferentes dimensões, financeira, económica, social, ética, etc. Mas ela é principalmente política.
Ao longo das últimas três décadas, o poder dos directórios partidários esmagou a democracia interna dos partidos, os partidos de poder tornaram-se agências de emprego subordinadas aos interesses de clientelas alimentadas pela promiscuidade entre política e negócios privados. Além de ser campeão da corrupção, acresce que Portugal tem sido governado por políticos cada vez mais incompetentes. Não admira, pois, que se tenha tornado refém das agências de rating.
Porque, na actual situação, as razões que estiveram na origem do projecto da NE se tornaram mais urgentes e relevantes, torna-se paradoxal a ausência de reacção organizada da sociedade civil e que urgente dinamizá-las. É porque que é agora que é mais urgente reabilitar a política e atrair ao debate e à acção política os cidadãos que se refugiam na abstenção, os militantes defraudados. Os detractores da política que nos têm governado e nos querem continuar a governar não podem continuar impunes, têm que ser combatidos, não é tempo para a indiferença, para desistências.
A nossa responsabilidade na construção de uma organização política de um tipo novo aumentou. Temos o dever de construir um movimento socialmente activo e participado, uma organização séria e eficaz na luta contra as desigualdades, as descriminações, as injustiças e a corrupção, portadora de alternativas económicas que não se baseiem na ganância, na exploração desenfreada da força de trabalho e na especulação financeira, capaz de lutar por educação, saúde e serviços públicos de qualidade para todos. Uma organização pacifista intransigentemente defensora das liberdades e da democracia e de um modelo de desenvolvimento ecológico e economicamente solidário.
Mas, reconheçamos, sejamos lúcidos: trata-se de uma tarefa complexa, gigantesca. Uma tarefa que, além de uma enorme soma de muita militância e empenhamentos individuais, exige estratégia, orientações e um programa de acção colectivamente reflectidos e aprovados e uma estrutura organizativa eficaz aberta, descentralizada e democrática.
Em reunião realizada no passado dia 7 deste mês, resolvemos tomar a iniciativa de convocar uma Assembleia de militantes, aderentes ou simpatizantes (a designação pouco importa).
A Assembleia decidirá qual o primeiro passo de uma estratégia de pequenos passos capaz de consolidar e desenvolver um projecto para fundar um partido/movimento Nova Esquerda (ou eventualmente com outra designação).
Ora, não se pode organizar um partido ou movimento político exclusivamente através dum site na internet, de blogs ou de e-mails. Isso é uma fantasia. Reuniões, debates, decisões, coisas concretas, precisamos de nos conhecer, de discutir, de dividir tarefas, de eleger responsáveis.
II
ORDEM DE TRABALHOS
São objectivos da reunião:
1. Aprovar um programa de acção política que defina sinteticamente os princípios, as orientações e os objectivos do movimento até à realização de uma Convenção fundadora. Programa que constitua uma carta de intenções, que una e motive a acção de cada militante, um pacto em que todos se reconheçam.
2. Criar uma estrutura organizativa simplificada, com um órgão central e órgãos descentralizados. Estrutura que vigore até à Convenção. Órgãos que possam intervir publicamente sobre questões politicamente pertinentes.
3. Convocar e criar condições para a organização da Convenção fundadora.
De acordo com estes objectivos, propomos a seguinte ordem de trabalhos:
1. Informações
2. Programa de Acção Política
3. Estrutura Organizativa
4. Convenção
5. Eleição dos Órgãos.
A Assembleia realizar-se-á no próximo dia 17 de Abril, com início às 14,30 horas, em Almeirim (Auditório da Biblioteca Municipal Marquesa De Cadaval
Avenida 25 de Abril - Parque Alfredo Bento Calado - 2080-052 Almeirim).
O prazo para envio de propostas termina a 15 de Abril. As propostas recebidas serão divulgadas no site da NE www.novaesquerda.org e no blog http://movimentonovaesquerda.blogspot.com também enviadas aos aderentes/militantes/simpatizantes que se tenham inscrito para a Assembleia (boletim de inscrição em anexo).
O grupo promotor constitui-se como Comissão Organizadora da Assembleia.
Terminamos com um apelo: divulguem esta convocatória junto dos vossos amigos, conhecidos, colegas, familiares. Discutam-na, discutam as propostas que venham a ser apresentadas. Queremos muita gente na Assembleia, novos e menos novos, mulheres e homens, do interior e do litoral, de toda a parte, de todas as condições.
Porque esta Assembleia é uma oportunidade para uma nova esquerda, para uma nova maneira de fazer política em Portugal.
9 de Março de 2010
O GRUPO PROMOTOR
Andrade e Silva
António Pedro Dores
Eduardo Milheiro
Mário Leston Bandeira
Pedro Paulo Mendes
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